Acompanhante no Brasil: Profissão Reconhecida ou Crime?

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Última atualização há 2 meses

Já parou para pensar se a prostituição ou serviço de acompanhante é crime aqui no Brasil? É comum surgirem dúvidas sobre a legalidade desse trabalho. Afinal, fazer programas sempre foi alvo de muitos julgamentos e estigmas sociais que, por anos, rotularam essa atividade como algo imoral e inadequado. Mas, calma! A verdade é que trabalhar como acompanhante não é crime, desde que você tenha mais de 18 anos. Essa é uma das profissões mais antigas do mundo e, ainda assim, muitos questionam sua legitimidade por conta de preconceitos arraigados na sociedade.

A seguir, vamos explorar de forma mais aprofundada a realidade e os desafios que cercam a profissão de acompanhante no Brasil, destacando a importância de atuar dentro dos limites estabelecidos pela legislação e proporcionar um ambiente seguro e justo para esses profissionais.

Prostituição não é crime no Brasil

Desde 2002, a profissão de acompanhante é reconhecida oficialmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego no Brasil. A profissão inclusive consta na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), no verbete "profissional do sexo". Esse reconhecimento é fundamental, pois estabelece parâmetros legais e traz maior segurança para os profissionais que desejam exercer essa ocupação. Tal reconhecimento também destaca a importância de compreender e seguir as diretrizes legais para a prática da atividade.

Contudo, a profissão é ainda muito desamparada. Para o Código Penal, a prostituição é vista como prejudicial à pessoa que exerce essa atividade, pois pode limitar sua liberdade de escolha nos relacionamentos, afetando diretamente sua 'dignidade sexual'. A interpretação da lei muitas vezes considera que algumas pessoas podem adentrar nessa profissão por falta de opções, embora essa realidade não represente necessariamente a totalidade do mercado adulto atual, mesmo havendo casos desse tipo.

Legalidade da profissão e limites estabelecidos

O reconhecimento legal da atividade de acompanhante no Brasil, para maiores de 18 anos, estabelece limites e diretrizes para o exercício dessa ocupação. Contudo, é importante observar que a lei considera criminosa toda pessoa que obtém lucro a partir da prática sexual de outras. Além disso, existem delitos como lenocínio e rufianismo, que representam sérias questões legais relacionadas à exploração e ao lucro obtido da prostituição alheia.

O lenocínio, previsto no Código Penal, refere-se àqueles que exploram a dignidade sexual de outras pessoas, desde o agenciamento até o tráfico sexual.

Já o rufianismo, previsto pelo art. 230 do Código Penal, é uma modalidade do lenocínio que consiste em lucrar com a exploração da prostituição alheia. 

Ambos os crimes, definidos pela legislação, são passíveis de penalidades severas, evidenciando a importância de conscientização e medidas legais para garantir a segurança e a integridade dos profissionais do sexo.

Desafios legais e direitos trabalhistas

Mesmo com o reconhecimento oficial, os profissionais do sexo enfrentam desafios legais, especialmente em relação à garantia de direitos trabalhistas. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não considera o serviço de acompanhante como um trabalho formal, o que influencia na garantia de benefícios previdenciários. A contribuição para a previdência social é uma opção para garantir esses benefícios.

Enquanto isso, nos resta esperar que em breve o PL 4211 de 2012, chamado “Lei Gabriela Leite,” que visava a regulamentação da prostituição no país e foi arquivado, volte a ser discutido, uma vez que aqui estamos, em pleno 2023, sem mudanças na legislação relativa à prostituição desde 1940.

Exercendo a profissão de acompanhante com consciência

Aprofundar-se na compreensão da regulamentação da profissão de acompanhante no Brasil é não apenas entender seus aspectos legais, mas também reconhecer os desafios sociais e as complexidades enfrentadas por aqueles que escolhem essa trajetória profissional. A busca por um ambiente seguro, justo e dentro dos parâmetros legais é crucial para garantir o respeito aos direitos e à dignidade de todos os envolvidos nesse contexto.

Portanto, refletir sobre a importância de proporcionar um espaço de trabalho seguro e respeitoso para os profissionais do sexo é essencial para uma sociedade mais inclusiva e justa, onde todos possam exercer suas atividades com segurança e respeito.

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